Estivemos na condição de guest na Web Summit'21 e tivemos oportunidade de ver em primeira mão, este evento de referência
• Written by Diogo Cardoso & Paulo Marques
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12 de Novembro de 2018, iniciamos assim o nosso primeiro artigo do Blog. Nesse artigo, o tema abordado era a vinda da Web Summit a Portugal e com ela, os sinais de mudança do mundo digital. Passados 3 anos, temos a felicidade de contar a nossa experiência em primeira mão como guest speakers do evento, transitando assim do Online para o Offline.

A melhor conferência tecnológica do planeta, segundo a Forbes, voltou a Lisboa, no Parque das Nações, entre os dias 1 e 4 de Novembro. Desta vez em formato presencial, a edição esgotou, contando assim com mais de 40 mil participantes e 700 oradores.

De destacar, Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook e um dos nomes mais falados ultimamente. Por muitos vista como “heroína”, Francis expôs documentos internos do Facebook onde demonstra que o fundador, Mark Zuckerberg, dá prioridade aos lucros da empresa em vez do lado humanitário e da segurança da plataforma.

A mesma referiu que a forma como o conteúdo do Facebook é organizado, dá prioridade a temas extremos e sensíveis, priorizando não a saúde mental dos utilizadores mas sim fazendo barulho para mover a rede. Afirmou ainda que o sonho de Zuckerberg em conectar as pessoas é algo bonito, no entanto, afirma que a plataforma seria mais forte sem Zuckerberg na liderança e sim com alguém que se focasse mais na segurança, exigindo assim mais regulamentação por parte do Facebook.

Quando questionada o que diria ao mesmo se estivesse frente a frente com ele a mesma respondeu:

“ Todos cometem erros, mas repetir os mesmos erros várias vezes não é algo normal.”

Relativamente ao evento em si, foi sem dúvida uma experiência enriquecedora e para repetir em 2022.

Durante 4 dias, tivemos a possibilidade de debater ideias com várias pessoas/marcas, através de participações em Round Tables e Q&A’s. Dentro do evento, existiam espaços próprios para discussões de temas em específico, podendo cada um debater as suas ideias relativamente aos assuntos em questão.

De ressalvar a Intervenção do presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, ou como ele se decidiu apresentar “Presidente da Câmara da Inovação” que prometeu uma ‘fábrica de unicórnios’ já a partir do próximo ano. Ayo (fka Opal) Tometi, Co-fundadora do movimento Black Lives Matter, referiu a importância de usar a plataforma que se tem, para dar luz a tópicos pertinentes, que podem não nos afetar diretamente. A lenda do Xadrez Garry Kasparov, que abordou a Inteligência Artificial e o seu papel na sociedade. Nicolas Cary, fundador da Blockchain.com, referiu que o mundo das Criptomoedas, irá ultrapassar as finanças tradicionais, “Gradualmente vamos ver a blockchain a tomar conta do setor das finanças.” entre muitos outros.

Tivemos muitas conversas informais, entre as quais com o Managing Director da publicação online joe.co.uk - focada nos interesses masculinos. Partilhou connosco o modelo de negócio, as diferentes fontes de rendimento e abordagem para o futuro entre outras coisas mais.

Apesar de todas as áreas distintas, o Fórum é um espaço que não podemos deixar de mencionar. Um espaço reservado para os media, parceiros, chairman 's, alpha, betas, speakers e guests. Este pareceu ser o “centro” do evento. Ladeado pelo media center e acesso à zona central do main stage, este espaço permaneceu em movimento no decorrer de todos os dias. Foram vários os speakers a passar por este espaço (antes e depois das suas intervenções), parando várias vezes para fotos mas também conversas breves com os presentes. Accenture, empresa de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing, também tinha um espaço, onde foi possível ver algumas intervenções.

A aplicação móvel do Websummit é um ótimo complemento ao evento. Pode-se conectar com os participantes, marcar reuniões, estar a par de todos os acontecimentos dentro e fora do recinto.

Após o evento, no fim de tarde, são muitas as ações paralelas (não oficiais) - ambush marketing, que capitalizam da convergência em Lisboa, de tanto talento e interessados ‘flavours of the month’ do mundo dos negócios: sustentabilidade, diversidade, automação, blockchain, ambiente, etc.

O Websummit em si, focou-se na diversidade - algo que ficou bem patente pelo painel de speakers e os diferentes tópicos abordados nas diversas ações.

O facto de não chegarmos ao consenso - se vale a pena ou não ir a este evento; também contribuiu para que este artigo só agora saísse. É sem dúvida o evento mais imponente ao qual tivemos oportunidade de ir. O investimento que os Alphas, Betas têm a fazer para terem uma espaço neste evento, já é uma questão separada - não tendo informação suficiente referente ao assunto, é melhor abster-nos de comentar.

Concordamos que (pelo menos) a compra de um bilhete deve ser precedida de um plano detalhado, de como tirar melhor partido de um ótimo evento. São muitas as ações e iniciativas a tomar lugar ‘ao mesmo tempo’, o que pode distrair alguém que não saiba ao certo para o que vai.

Foram muitos os contactos estabelecidos, no decorrer dos quatro dias. Trouxemos muitas ideias novas e podemos constatar que muito do que falamos para este ano, como tendência, já é prática corrente em certos contextos. Na nossa condição de convidados com um dos projectos com que estamos a colaborar, o saldo também foi positivo. As intervenções foram bem recebidas e sempre elogiadas pelos os que estavam presentes.