Novas regras foram implementadas em Outubro. Mesmo depois de alguns testes, não se percebe ao certo se estão a funcionar como são suposto.
• Written by Diogo Fernandes & Paulo Marques
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Iniciamos este artigo originalmente, alguns dias após o anúncio do Facebook. Os dias seguintes não apresentaram claridade, no que diz respeito às novas medidas restritivas. Continuamos a receber as notificações de artistas e páginas, a fazerem “lives” (a transmitirem música). Face ao número de notificações e pelo que nos foi dito, ao longo destas semanas, acabamos por não saber ao certo até que ponto as novas medidas estarão em vigor. Não obstante de tudo isso, gostaríamos de falar das mais recentes medidas do Facebook, para utilização de música nos livestreams.

O ano de 2020 não tem sido fácil de forma geral, no entanto, para quem é artista, parece que só complica. Desta vez, aqueles que fizeram a transição do seu talento para o online, vão ter de arranjar, novamente, outra solução para exporem os seus trabalhos e projetos. Entrou em vigor dia 1 de Outubro, a nova lei do Facebook acerca da utilização da música em regime de livestream em redes sociais.

Foram vários os artistas que nos presentearam com atuações via livestreams durante o confinamento causado pelo COVID-19. Uma forma que estes utilizaram para continuar ativos nas suas carreiras, dar a conhecer-se a novos públicos e testar novas experiências. Foi também durante o confinamento que alguns músicos despertaram o seu lado mais criativo e exploraram essa faceta ao máximo, sendo consequência disso novas músicas e álbuns! Nós próprios estivemos “presentes” no desenvolvimento e divulgação de um álbum, feito todo ele em quarentena. Sabe mais acerca do álbum aqui.

 

No entanto, apesar de todas essas vantagens oferecidas pelas livestreams, o Facebook decidiu fechar portas e não autorizar a utilização de músicas na plataforma.

Segundo as novas leis do Facebook, as mesmas indicam que “se utilizar vídeos nos nossos produtos para criar uma experiência de audição musical para si ou para outros, os seus vídeos serão bloqueados e a sua página, perfil ou grupo poderá ser apagado. Isto inclui Live“.

Como forma de esclarecimento face a esta tomada de decisão, o Facebook emitiu o comunicado dizendo:“Queremos encorajar a expressão musical nas nossas plataformas, assegurando ao mesmo tempo que mantemos os nossos acordos com os detentores de direitos. Estes acordos ajudam a proteger os artistas, compositores e parceiros que são a pedra angular da comunidade musical — e estamos gratos pela forma como permitiram a espantosa criatividade a que assistimos neste tempo. (…)” Hoje partilhamos algumas directrizes gerais para o ajudar a planear melhor os seus vídeos:

• Música em histórias e apresentações de música tradicional ao vivo (filmar um artista ou banda ao vivo) são permitidas.

• Quanto maior for o número de faixas gravadas em longa-metragem num vídeo, mais provável é que seja limitado.

• São recomendados clips de música mais curtos.

• Deve haver sempre um componente visual no seu vídeo, pois, o áudio não deve nunca ser o objetivo principal do vídeo

 

Estas directrizes são consistentes em vídeo ao vivo e gravado tanto no Facebook como no Instagram, e para todos os tipos de contas — ou seja, páginas, perfis, contas verificadas e não verificadas. O que por muitos era visto como uma estratégia digital ou uma forma de criação de conteúdo, aparentemente, terá de se adaptar a estas novas restrições.

As alíneas acima, foram escritas dia 1 de Outubro de 2020. A questão que colocamos aqui, acontece porque acabamos de perceber que esta lei já se encontra em vigor, no entanto, não para todos. Desde do início de Outubro que se tem assistido a várias livestreams, de diferentes artistas e nas redes sociais aqui mencionadas. Já relemos os termos e condições, e de facto, não encontramos nenhuma exceção nem exclusão às regras implementadas dia 1 de Outubro.

Entretanto, tivemos oportunidade de produzir a apresentação de um live mix em livestream no Facebook. O artista, apresentou os seus temas na sua página do Facebook. Ao fim de cerca de 40 minutos, recebeu-se um aviso que o livestream seria terminado caso se continuasse a tocar temas sem autorização. Ao fim de 60 minutos, o livestream foi terminado. No entanto, continuamos a presenciar outros livestreams nas redes sociais com cerca de 2 horas de duração que aparentemente não são terminados pelo Facebook.

 

Será que estamos perantes a mais uma “ferramenta”, que pode não estar a funcionar como é suposto?