Facebook tem um longo historial, de replicar funcionalidades bem sucedidas dos seus competidores diretos
• Written by Paulo Marques
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Até final do passado mês de Julho, estimava-se que Facebook fosse a rede social com mais utilizadores ativos - 2.6Biliões. De facto, no Top 8 do mesmo ranking, encontramos 4 marcas/produtos pertencentes ao Facebook: 3º WhatsApp (2B) , 4º Facebook Messenger (1.3B) e 7º Instagram (1.1B). Instagram, foi adquirido em Abril de 2012, por cerca de $1B. Já em Fevereiro de 2014, Facebook pagou $19B pela aquisição do WhatsApp. Com uma lista de aquisições, com mais de 85 negócios, Mark Zuckerberg (CEO do Facebook) defende que a sua política de aquisição "não compramos negócios pelos negócios, compramos negócios para adquirir profissionais excelente". Uma visão empreendedora, de alguém que quer contar com os melhores profissionais, para oferecer as melhores soluções.

 

Enquanto o Facebook, tem vindo a ser um sucesso enquanto empresa e negócio, muito das soluções "mais visíveis", aparentam ter semelhanças significativas com o que os competidores já tinham vindo a fazer. Já alguns anos, Facebook percebeu que o Snapchat, seria um competição direta do Instagram. Apesar do criador do Snapchat (Evan Spiegel), apresentar a sua ideia como aplicação de comunicação, em vez do "próximo" Facebook ou Instagram, o seu sucesso (quase imediato) não passou ao lado. Em 2012 o Facebook, falhou a aquisição da então startup (por cerca de $3B). Nos anos seguinte tentou, sem sucesso, replicar algumas funcionalidades do Snapchat. Em 2016 apresentou uma funcionalidade, não só semelhante á do Snapchat, como o mesmo nome - Stories.

Estima-se que esta funcionalidade, tenha cerca de 400M de utilizadores diários. Seguro dizer, que esta funcionalidade é um sucesso. O próprio modo de como se "consome" conteúdo nas redes sociais, muito mudou devido às Stories. Desde de então, Facebook foi "acusado" de copiar outras funcionalidades, algumas como Room ou Hobbi, não foram tão bem sucedidas. Por esta razão, poucos terão sidos aqueles, que estranharam Reel a ser apresentado pelo Instagram, esta semana. Mas porque é que o Instagram esta a tentar "clonar" o TikTok?

 

TikTok apresenta-se no 8º lugar da lista, de utilizadores ativos (800M), inicialmente mencionada. Existe a possibilidade de ser banida nos Estados Unidos, no entanto Facebook decide copiar esta aplicação. Em Abril de 2020 TikTok contabilizava um total de 2B de downloads - juntando ambos sistemas operativos; sendo a aplicação com mais downloads na Apple App Store. Esta aplicação tem sido bem sucedida, junto de um grupo geográfico mais jovem, com 41% dos seus utilizadores, de idades entre os 16 e os 24. Estima-se que os utilizadores desta plataforma, passem em média 52min diários na aplicação (ótimas notícias para marketers), o que acaba por ser superior a outras redes sociais.

TikTok é por norma visto como sendo, mais autêntico e acessível ao invés do "lifestyle" no limiar da perfeição, muitas vezes retratado no Instagram. De momento, o algoritmo do TikTok possibilita todos os criadores a chance de se tornar viral, o que se torna bastante atrativo para influencers. Os vídeos que podem ser até 60sec, à semelhança do Reel, tendem a ser muito interativos, o que o torna apelativos para os consumidores mas também criadores de conteúdo. Com uma presença forte na Ásia, TikTok tem acesso a uma grande audiência, quando o Instagram está banido em países como a China.

Marcas que façam as suas pesquisas, percebem os benefícios de interagir com o TikTok. Gestores de campanhas, percebem que têm maiores possibilidades de alcançar uma audiência mais vasta com budgets reduzidos, ao interagir com influencers ou diretamente com a plataforma. Os challenges são prova disso mesmo, como alguns inclusive, tornando-se transversais e passarem do TikTok para o Instagram - "#DontRush". Considerando o maior grupo demográfico - Gen Z; a plataforma pode não ser o ideal para "marcas aspiracionais", visto este grupo demográfico ser definido tendo "low budget" mas gostar de produtos luxuosos.

Instagram acaba por ser uma marca "mais estabelecida", com um uma audiência mais balanceada. Facebook/Instagram, acaba por apresentar a sua nova funcionalidade com intenção de captar e reter a atenção de um audiência mais jovem. Com mais de uma década de presença, utilizadores no Instagram, têm a possibilidade de interagir com a plataforma de um modo ainda não possível no TikTok. O crescimento geral, do TikTok, oferece a marcas e a criadores, uma vasta possibilidade que decerto não passa ao lado dos competidores. Apesar de Zuckerberg ter dito na entrevista, que a foco são as pessoas, o caso parece ser diferente em termos práticos.