May 8th 2020

The Last Dance - Jordan queria assinar pela Adidas?!

The Last Dance
8 May


Após 1,3 bilhões feitos entre a sua parceria com a Nike, segundo a Forbes, Michael Jordan revela que queria ter assinado com a Adidas.

O documentário da Netflix, "The Last Dance", tem dado que falar mundialmente, tanto pelos acontecimentos que não tínhamos acesso até à data, como pelos números que a série tem obtido. Na sua estreia, o primeiro episódio contou com 6,3 milhões de pessoas a assistirem.

Durante o quinto episódio do documentário, Michael Jordan fez uma confissão que muitos não estavam á espera. O atleta afirma que, se não fosse a sua mãe a obrigá-lo a ouvir a proposta da Nike, o mesmo teria assinado pela Adidas.

"Vais ouvir a proposta. Podes não gostar, mas vais ouvir" Obrigando Jordan a entrar no avião de propósito para ir ouvir a proposta da Nike.

A proposta da Nike, consistia em 500.000 dólares por ano, com uma duração de 5 anos. Além do mais, poderia ter a sua própria linha de ténis - Air Jordan, algo que a Adidas não poderia oferecer. Ouvindo a proposta, o pai do Michael, referiu que "Ele deveria ser tolo para não aceitar o acordo", considerando esta proposta melhor do que oferecido pela Adidas.

Com uma previsão de gerar 3 milhões em vendas nos primeiros 4 anos de contrato, ao fim do primeiro ano, a marca Jordan, gerou 126 milhões de dólares, algo inacreditável para uma marca desportiva na época.

Segundo a revista Forbes, a Lenda dos Chicago Bulls, desde que assinou em 1984 com a Nike, gerou uma receita de cerca de 1,3 bilhões de dólares.

Air Jordan I

Atualmente, este acordo é dos mais valiosos até á data e foi algo que ajudou a impulsionar a própria empresa. Na década de 80, a Nike não era das mais conceituadas. Era uma época onde as estrelas da NBA utilizavam Converse, a Adidas tinha superioridade em relação á Nike dada a sua maior experiência, a Reebok tinha entrado no jogo e tinha ultrapassado a própria Nike. No entanto, após assinarem com o jogador, mal podiam imaginar no sucesso e nas repercussões que essa assinatura viria a ter nos anos seguintes.

A contratação de Michael e a junção da imagem do atleta á própria marca, fez disparar a notoriedade da mesma. Até hoje, é das marcas que mais gera dinheiro a nível de atletas, ultrapassando Kobe e Lebron James, atual estrela da NBA que detém o maior negócio de calçado da indústria.

Desde que assinou com Jordan - marca que opera sob a Nike; a marca não tem parado de crescer e de gerar colaborações de sucesso. A mesma tem vindo a associar-se a várias estrelas da NBA, desde nomes como Kobe Bryant e Lebron James, dois dos maiores nomes do basquetebol mundial. Mais recentemente a Jordan associou-se ao novo fenómeno, Zion Williamson, utilizando o mesmo como forma de promoção da marca a nível mundial.

Air Jordan XXXIV

Se antes de Michael a Nike não era conceituada, atualmente, detém o monopólio do negócio de sapatilhas de basquetebol. Com uma receita superior a 60% face à sua concorrente Adidas, com um valor de mercado de 136 bilhões de dólares, a Nike vale o triplo do valor da Adidas e da Reebok (Adidas adquiriu a mesma em 2005) juntas. Segundo a Baller Shoes DB, a mesma fez uma pesquisa de mercado, onde concluiu que na época de 2019–2020, 76,8% dos jogadores utilizaram sapatilhas Nike, sendo que desse número, 8,5% Jordan. A adidas apenas 10% e a Reebok 0,2%, sendo estes números capazes de mostrar o impacto da Nike no mercado do basquetebol.

A marca em si tinha tido uns valores muito positivos recentemente, no entanto, após este documentário, acreditamos que irá impulsionar ainda mais a marca. Segundo declarações do ex-CEO Mark Parker à Forbes, os mesmos pretendem diversificar a marca, criando assim novas oportunidades de negócio. Como em cima referido, a Nike possui o monopólio do calçado do basquetebol, tendo o seu impulso na assinatura com Michael Jordan. A questão que deixamos em voga é: O que seria da Adidas atualmente, se Jordan tivesse assinado por eles?

O documentário “The Last Dance” está dividido em 10 episódios e encontra-se disponível na Netflix. Não só é um bom documentário, como tem sido um ótima oportunidade para se perceber um pouco do negócio da NBA. Perceber como a mesma evoluiu ao longo dos tempos e acima de tudo, o impacto que Michael Jordan teve nesta evolução. Branding, patrocínio, reputação, “issues management”; são alguns dos tópicos já abordados. Vamos esperar pelo final, mas é provável que venhamos a revisitar este tópico.